terça-feira, 30 de junho de 2015

Saramago inspira discussão no México sobre criação da Carta de Deveres Humanos


Intelectuais e personalidades de várias áreas estão reunidos no México para discutir a criação de uma Carta de Deveres do Ser Humano, inspirados no discurso de José Saramago quando recebeu o Prémio Nobel, em 1998.
A sua viúva, a jornalista Pilar del Río, participou na abertura deste evento organizado pelo Capítulo mexicano da World Future Society e pela Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), sob o tema "O encontro de pensadores para criar a carta de deveres do ser humano".
Pilar del Río leu as palavras de Saramago, que recordavam os cinquenta anos da assinatura da Declaração dos Direitos Humanos.
"Não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente, quando não legalmente, estavam obrigado", dissera então Saramago.
"Tomemos então, nós próprios, cidadãos comuns, a palavra, com a mesma veemência com que reivindicamos os direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez assim o imundo possa ser um pouco melhor", leu Pilar del Río, durante a cerimónia do encontro, que termina na quinta-feira.


“O Conto da Ilha Desconhecida” na Feltrinelli

Seguindo a linha editorial de publicar a totalidade da obra de José Saramago, a editora italiana Feltrinelli publica este mês O Conto da Ilha Desconhecida, neste que é trigésimo quinto título disponível no seu catalógo, entre edições brochadas, de bolso, audio-livros e e-books.

A tradução é, como habitualmente, de Rita Desti. A ilustração da capa é assinada por Emiliano Ponzi e no interior do livro apresentam-se ilustrações de cartógrafo italiano Battista Agnese, gentilmente cedidas pelo Museu Correr, em Veneza.

O Conto da Ilha Desconhecida. Um dia, um homem dirigiu-se à porta do rei para pedir um barco, mas aquela era a porta das petições, e não foi recebido pelo rei.Depois de muita insistência e de a muitas portas bater pelos meandros da burocracia real lá conseguiu que o rei lhe desse , finalmente, o tão desejado barco. A mulher da limpeza do palácio real foi a única tripulação que arranjou e, depois de apetrechado e limpo o barco, dormiram essa noite no cais. Na manhã seguinte baptizaram a embarcação e, pela hora do meio-dia, com a maré, a Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Berhan da Costa e João Pinharanda escolhidos para conselheiros culturais em Madrid e Paris

Em Espanha não havia adido cultural desde 2013 e em França desde 2011. O ex-director do Gabinete dos Meios para a Comunicação Social e o programador artístico da Fundação EDP reactivam os cargos.

As embaixadas de Portugal em Madrid e Paris vão voltar a ter um conselheiro cultural. Pedro Berhan da Costa, ex-director do extinto Gabinete dos Meios para a Comunicação Social e antigo presidente do Instituto do Cinema, inicia funções em Espanha já esta segunda-feira. O historiador de arte e curador João Pinharanda foi escolhido para a capital francesa, onde deverá começar a trabalhar no Verão.
Em Espanha, não há um adido para a Cultura desde 2013 e em França há quatro anos que se esperava uma nova nomeação.
A escolha de Berhan da Costa, que foi até ao final do ano passado responsável pelo organismo que assessorava o Governo na concepção, execução e avaliação das políticas públicas para a comunicação social, saiu em Diário da República no início deste mês. Ao PÚBLICO, Berhan da Costa revelou que começa a trabalhar em Madrid esta segunda-feira. Pinharanda espera ainda que a sua nomeação seja publicada, o que deverá acontecer dentro de semanas.


“A Espiritualidade Clandestina de José Saramago”, de Manuel Frias Martins – Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2015


O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho foi hoje atribuído, por unanimidade, a Manuel Frias Martins, com a obra A Espiritualidade Clandestina de José Saramago, editada pela Fundação José Saramago, anunciou a Associação Portuguesa de Escritores (APE).


O júri desta edição foi constituído por António Pedro Pita, Helena Vasconcelos e José Cândido Oliveira Martins.

O vencedor por unanimidade da sexta edição deste  galardão, promovido em parceria pela Associação Portuguesa de Escritores e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, é crítico, professor universitário e ensaísta.

Grupo LusoScena apresenta obra de Marc Camoletti…


Na passada quinta-feira, dia 25, o Grupo LusoScena, do Centro Português, deliciou a plateia com a encenação da peça Vengo por el aviso, com a direcção geral de Greymar Hernández.

            O grupo teatral do CP, que aproxima dos 30 anos de vida, apresentou esta obra de Marc Comoletti por segunda vez, e nesta oportunidade os seis papéis foram interpretados, em espanhol, por Maria José Nunes (Lili), Natalia de Abreu (Irene), Betty de Castro (Sofia), Halsyn Ortiz (Espartaco), Roberto Suárez (Bernardo), João Fernández (Óscar) e Michael Sánchez (Juan).

Marc Camoletti (1923-2003) foi um autor francês, se bem que nascido na Suíça, de grande sucesso como dramaturgo. Escreveu mais de 40 peças. A  sua obra mais conhecida é Boeing-Boeing, que teve mais de dez mil representações a nível mundial. Está traduzido a18 línguas.


            Vine por el aviso é uma versão em espanhol de La bonne addresse, uma comédia ligeira fiel ao estilo deste autor do género vaudevile, que já foi adaptado para a televisão e para o cinema.

             Na imagem podemos ver o elenco que deu vida a Vine por el aviso, e falando, não de aviso mas de alvitre, aqui fica a sugestão de que um próximo trabalho deste esforçado gupo seja de um dramaturgo português, que os temos e muito bons!


A voz de Amália, agora homenageada, mostrou a Ruben o que é ser português


Pela mão do cineasta Ruben Alves, autor de A Gaiola Dourada, é lançado a 10 de Julho um disco de homenagem a Amália Rodrigues com participações de Camané, Gisela João, Ana Moura, Bonga, Caetano Veloso ou Mayra Andrade. No final do ano, juntar-se-á um documentário sobre o fado.
Talvez a história tenha chegado aos ouvidos dos responsáveis pelo ramo francês da editora multinacional Universal. Ao rodar uma das cenas finais do filme A Gaiola Dourada, o seu retrato da emigração portuguesa em França que resultou num surpreendente sucesso de bilheteira, Ruben Alves dirigiu as câmaras na direcção da actriz Catarina Wallenstein, num ambiente de casa de fado, enquanto esta interpretava Prece, do reportório amaliano. No final do tema, ao gritar “Corta!”, olhou em redor e toda a sua equipa francesa estava tomada pelas lágrimas.


domingo, 28 de junho de 2015

A Gaiola Dourada... esta noite em Direct TV


Quem tiver contratado o serviço de TV por cabo a Direct TV terá esta noite a oportunidade de ver o filme A Gaiola Dourada, um olhar debruçado sobre a emigração portuguesa na França.
Joaquim de Almeida e Rita Branco, entre outros, formam parte do elenco.
Nota em Wikipedia: A Gaiola Dourada (título original em francês: La cage dorée) é um filme francês de comédia, escrito e realizado pelo luso-francês Ruben Alves, que retrata a comunidade de emigrantes portugueses radicados em França.

O filme estreou em França a 24 de abril de 2013, tendo estado 22 semanas em exibição e alcançado os 1 228 950 espectadores. Já em Portugal foi estreado no dia 1 de agosto de 2013, tendo alcançado a posição de filme mais visto do ano com 755 227 espectadores e 3 881 917,07 € de receita bruta.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Carlos do Carmo vai receber a mais alta distinção de Paris



A distinção será entregue antes do início do festival de música lusófona FOLISBOA, que decorre de 26 a 28 de junho na capital francesa e no qual Carlos do Carmo vai atuar.
O fadista Carlos do Carmo vai receber a "Grande Médaille de Vermeil" da cidade de Paris, "a mais alta distinção em termos de medalhas da Câmara", disse à Lusa Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris.
A condecoração vai ser atribuída numa cerimónia na próxima sexta-feira, no Hôtel de Ville de Paris, horas antes do início do festival de música lusófona FOLISBOA, que decorre de 26 a 28 de junho na capital francesa e no qual Carlos do Carmo vai atuar no último dia.
"É a mais alta distinção em termos de medalhas da Câmara [Municipal de Paris]. O Carlos do Carmo é, de facto, um parisiense. Para ele a cidade do coração é Lisboa - não fosse ele essa imagem, essa voz e esse rosto de Lisboa - mas ele admite que Paris é a segunda cidade, a cidade de dezenas de viagens e de centenas de encontros. Ele tem realmente um amor a esta cidade. Eu penso que ele conhece melhor Paris do que muitos de nós que vivemos cá", explicou Hermano Sanches Ruivo.


Aristides de Sousa Mendes: homenagem e debate de Buenos Aires…



Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato, Distrito de Viseu, em 1885 e morreu em 1954, em Lisboa, asssistido apenas por uma sobrinha, e “pobre e desonrado”. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e depois seguiu carreira diplomática.
Em 1910 é nomeado Cônsul em Demerara, Guiana Francesa.  Em 1911/16  é Cônsul em Zanzibar, o que significa problemas de saúde para toda a família. Terminada a I Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Reino Unido, etc.). Aristides é nomeado Cônsul em Curitiba (Brasil). Confessadamente monárquico é castigado pelo governo de Sidónio Pais.  
Em 1926, depois de várias comissões, regressa a Lisboa para prestar serviço na Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares. Um ano depois a Ditadura Militar portuguesa confia em Aristides e nomeia-o Cônsul em Vigo, depois em Antuérpia (Bélgica). Em 1936, o  rei belga, Leopoldo III, condecora-o por ser o decano do corpo diplomático e dois tarde Salazar nomeia-o Cônsul de Portugal em Bordéus.
Chegamos finalmente a 1940, ano que marca a ferro e fogo a vida do diplomata. Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes passa mais de 30.000 vistos a judeus e outras minorias perseguidas pelos nazis. Essa é a sua glória e o começo do seu pesadelo com o regime fascista.  Salazar condena-o a um ano de inactividade e depois aposenta-o sem qualquer vencimento.  Em 1998, é lhe feita justiça. A Assembleia da República e o Governo português finalmente procedem à reabilitação oficial de Aristides de Sousa Mendes.

É este homem que, 75 anos depois de 1940, será hoje homenageado em Buenos Aires, Argentina, com o auspicio da Foundation Aristides de Sousa Mendes e a Embaixada de Israel, na Argentina.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Selos: Portugal ganha "Óscar" da arte filatélica



Os CTT - Correios de Portugal conquistaram, pela 7.ª vez, um dos chamados "Óscares" da arte filatélica. A empresa foi distinguida, em Itália, com um prémio ASIAGO atribuído a uma série de quatro selos alusiva aos 150 anos do Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra (IGUC).

Em comunicado, João Fernandes, sub-diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia daquela universidade, responsável pelo pelouro do Observatório Geofísico e Astronómico, conta que "os quatro selos [premiados] representam as quatro valências de investigação e de estudo que o IGUC desenvolveu ao longo de 150 anos".

Português descobre galáxia mais brilhante do Universo



O português David Sobral, do Instituto de Astrofísica e CIências do Espaço (IA), liderou uma equipa internacional de astrónomos na descoberta da galáxia mais brilhante já encontrada no Universo primitivo. Chama-se "CR7" e o seu nome foi inspirado em Cristiano Ronaldo, considerado por muitos a "estrela" mais brilhante do futebol nacional.

"Decidimos seguir um caminho totalmente diferente do resto do mundo e fizemos um mapeamento de grandes áreas do céu. Sabíamos que o risco de procurar onde ninguém procura seria facilmente compensado por descobertas inesperadas, algo importantíssimo em Ciência", conta, em comunicado enviado ao Boas Notícias, David Sobral, também investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Leonor Antunes: uma portuguesa discreta conquista a América




Há artistas que aparecem em todos os jornais e revistas – países inteiros sabem nomeá-los e reconhecê-los. Mas isso, por si só, não quer dizer nada. Muitas vezes são as figuras discretas, desconhecidas do grande público, que traçam os percursos mais importantes, afirmando-se em circuitos de primeira-água. É o caso de Leonor Antunes.
Aos 43 anos, a artista inaugura esta terça-feira a sua primeira exposição individual em Nova Iorque. Não numa galeria, mas num museu: o conhecido New Museum, uma torre branca entre os prédios de tijolo da Bowery que é um dos poucos museus do mundo exclusivamente dedicado a artistas emergentes à escala internacional. Uma instituição que se especializou em identificar promessas sólidas e em servir-lhes de rampa de lançamento para o degrau seguinte: as estruturas do topo de pirâmide que, na capital cultural norte-americana, são monstros sagrados como o MoMA, o Whitney e o Guggenheim.
“É claro que achamos que a Leonor pode crescer. É por isso que a estamos a programar”, diz-nos a dada altura Helga Christoffersen, em breve conversa telefónica.