segunda-feira, 25 de maio de 2015

Carla Cruz abriu a loja 'online' em abril. "Quero oferecer um serviço à comunidade que fala português."

A frustração com a falta de acesso a livros infantis em lingua portuguesa para ler à filha levou Carla Cruz, instalada em Londres há seis anos, a criar a Miúda, uma livraria virtual.
O projeto, contou à agência Lusa, nasceu da "luta quotidiana para manter ativo o português" da filha de dois anos e meio, que vive num ambiente trilingue: nasceu no Reino Unido e tem um pai de nacionalidade suíça.
Para Carla Cruz, "os livros são essenciais" para manter a ligação à língua e cultura portuguesa, mas deparou-se com a dificuldade de encontrar obras atuais na capital britânica ou de os trazer na bagagem "porque são muito pesados".

Por outro lado, ler em português os livros ingleses "é difícil reproduzir a poesia e riqueza da língua" e limita o vocabulário àquele que usa no quotidiano para comunicar com a filha.

domingo, 24 de maio de 2015

Foi este museu que D. Amélia sonhou há 110 anos?


           

             Mais de dois anos depois, eis o novo Museu Nacional dos Coches. Hoje, é dia de receber o público, 110 anos após a inauguração pela rainha D. Amélia
            Horas antes de o Presidente da República passar por aquele conjunto de carrinhos de criança puxados por póneis ou carneiros para os príncipes brincarem, Manuel Cunha Baptista, de 82 anos, voluntário na área de Conservação e Restauro do Museu Nacional dos Coches (MNC), dizia: "Isto foi tudo restaurado por mim."
           Estávamos por entre aquilo a que Aníbal Cavalo Silva, ainda antes de passar pelos carrinhos, no discurso da cerimónia de abertura do novo MNC, chamaria "a extraordinária coleção de viaturas que, em boa hora, a rainha D. Amélia mandou recolher aqui mesmo ao lado, nas instalações do Picadeiro Real". E que ali trouxe ontem cerca de 3 mil convidados, estimava a Secretaria de Estado da Cultura.


"Lindíssimo mamarracho"? O Museu dos Coches teve ontem uma enchente




A fila de pessoas que ontem de manhã esperavam a abertura das portas do novo Museu dos Coches contornava-o. Aberto definitivamente ao público, o dia de hoje é grátis
"Quantos são?", ouve-se de dentro da bilheteira. "Quatro", diz um homem sem saber que responde à diretora do Museu Nacional dos Coches (MNC), Silvana Bessone, no dia em que este abria gratuitamente ao público as portas do novo edifício que estava, antes ainda das 10 da manhã - hora de abertura - rodeado a toda a volta por gente que esperava para entrar.
"Não estávamos à espera de tanta gente, de maneira que eu estou a ajudar, porque as pessoas não sabem trabalhar com a bilheteira e não é o momento agora de darmos ensinamento, já demos a várias pessoas, mas não são suficientes para a avalanche de gente que chegou" notava a diretora do museu ontem, quando se celebravam 110 anos de MNC, que até anteontem - data em que foi inaugurado pelo Presidente da República - tinha lugar no vizinho Picadeiro Real.

sábado, 23 de maio de 2015

O museu dos Coches esteve mais de dois anos à espera deste dia




Andava devagar, como quem passeia, parando muitas vezes para dar autógrafos e tirar fotografias com alunos de Arquitectura. Desaparecia de vez em quando para ir fumar um cigarro e, ao regressar, voltava a procurar um detalhe que lhe permitisse falar da relação do museu com a envolvente: os jardins, os palácios e outros monumentos, o Tejo e o casario da Rua da Junqueira, com as traseiras viradas para a praça que desenhou. “Privilégio… Um grande privilégio esse lugar”, dizia Paulo Mendes da Rocha em Março de 2013, quando o novo Museu Nacional dos Coches, que é hoje inaugurado, abriu para uma rara visita, com as galerias de exposição ainda vazias.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Centenário da revista Orpheu assinalado em São Paulo




          Presentes investigadores de diversos países. Por Lusa As comemorações dos cem anos da revista Orpheu, no Brasil, têm início na segunda-feira, em São Paulo, e, além do Congresso 100 Orpheu, congregam uma exposição sobre a revista, a exibição de um filme e uma festa. 
            O Congresso Luso-Brasileiro 100 Orpheu realiza-se em São Paulo, na próxima semana, nos dias 25 a 28 de maio, com investigadores de diversos países que se reunirão em cinco conferências, 18 mesas de debate e dez sessões de comunicação, sobre a experiência modernista portuguesa e outros temas ligados à publicação surgida em março de 2015 e aos seus autores. 
            A revista Orpheu, na qual participaram nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, teve dois números publicados, o primeiro, em finais de março de 1915, e o outro, em julho desse ano. É entendida como a revista fundadora do modernismo português. In Correio da Manhã.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pintura de Pomar será a primeira de um artista vivo classificada em Portugal




É um dos ícones da arte portuguesa do século XX, obra seminal do neo-realismo nacional e da luta antifascista: O Almoço do Trolha, que Júlio Pomar pintou entre 1947 e 1950, tem leilão agendado para a próxima quarta-feira pela Palácio do Correio Velho, mas o seu processo de classificação arrancou anteontem à noite. Será a primeira vez que uma pintura de um artista vivo recebe uma tão alta protecção em Portugal.
Com a classificação, O Almoço do Trolha torna-se numa obra de circulação restrita, com protecções inscritas na lei 107/2001, conhecida como Lei de Bases do Património Cultural. Está nomeadamente obrigada a permanecer em território nacional. Qualquer alienação futura no estrangeiro poderá dar-se apenas mediante excepcional – e improvável – procedimento de desclassificação.