terça-feira, 29 de dezembro de 2015

“Ensaio sobre a Cegueira” na editora alemã btb

 A btb Verlag publica o sétimo romance de José Saramago, naquele que é referido na contra-capa como “a resposta de Saramago à praga de Camus”. Depois de Ensaio sobre a Lucidez, Claraboia, A Caverna, O Homem Duplicado, Caim e A Viagem do Elefante, foi lançado recentemente Ensaio sobre a Cegueira. A tradução como habitualmente é da autoria de Ray-Güde Mertin.
Ensaio sobre a cegueira.  «Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como “um rastilho de pólvora”. Uma cegueira colectiva. Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

“A Caverna” publicado pela primeira vez na Índia

A editora indiana DC Books acaba de dar à estampa o romance A Caverna que é, assim, publicado pela primeira vez em malaio. Este é o quarto título publicado pela DC Books, depois de A Viagem do Elefante(2013), As Pequenas Memórias (2013), e As Intermitências da Morte (2012).

A Caverna. Uma pequena olaria, um centro comercial gigantesco. Um mundo em rápido processo de extinção, outro que cresce e se multiplica como um jogo de espelhos onde não parece haver limites para a ilusão enganosa. Este romance fala de um modo de viver que vai sendo cada vez menos o nosso e assoma-se à entrada de um brave new world cujas consequências sobre a mentalidade humana são cada vez mais visíveis e ameaçadoras. Todos os dias se extinguem espécies animais e vegetais, todos os dias há profissões que se tornam inúteis, idiomas que deixam de ter pessoas que os falem, tradições que perdem sentido, sentimentos que se convertem nos seus contrários. Fim de século, fim de milénio, fim de civilização.


domingo, 27 de dezembro de 2015

Fanny Ardant rodará novo filme em Portugal em janeiro



Filme conta com a participação de Gérard Depardieu. Por Lusa A atriz e realizadora francesa Fanny Ardant prepara-se para rodar em janeiro um novo filme em Portugal, intitulado "E atrás de mim uma gaiola vazia", revelou a produtora Leopardo Filmes, de Paulo Branco. O filme contará com a participação do ator Gérard Depardieu no papel do antigo líder da ex-União Soviética Josef Estaline, e da atriz Emmanuelle Seigner. "E atrás de mim uma gaiola vazia", que será rodado em janeiro e fevereiro no Buçaco e em Curia, é uma adaptação do romance "Le divan de Staline", de Jean-Daniel Baltassat. Segundo a Leopardo Filmes, a longa-metragem "aborda uma das figuras centrais da História Mundial sob uma perspetiva freudiana e intimista". Este será o segundo filme que Fanny Ardant rodará integralmente em Portugal, depois de ter feito "Cadências obstinadas", em 2013, em Lisboa. A estreia da atriz como realizadora deu-se em 2009, com "Cinzas e sangue". Além de Gérard Depardieu e Emmanuelle Seigner, o filme contará no elenco com Xavier Maly, François Challot, Tudor Istodor, Luna Piccoli-Truffaut, Alexis Maretti e Paul Hamy. A direção da fotografia será de Renato Berta. In Correio da Manhã.

Os animais na História de Portugal: tudo o que há a saber

 

No estudo da História cabem todos os temas. Esta é a conclusão após o recente lançamento da investigação intitulada Animais e Companhia na História de Portugal, coordenada pelos historiadores Isabel e Paulo Drumond Braga. Um volume espesso, que contém um índice de temas que mostra como a bibliografia sobre este assunto rareia em Portugal, situação que os autores/coordenadores ratificam.
Segundo Isabel Drumond Braga, existe bastante bibliografia estrangeira: "E muito interessante, tendo-se até estabelecido um campo de investigação denominado animal studies. Em Portugal, há poucas obras sobre animais na ótica da História." Paulo Drumond Braga acres- centa que foi fundamental usar "a bibliografia anglo-saxónica, francesa, italiana e espanhola, mesmo que existam alguns títulos nacionais."
Como referem os autores, "há uma omnipresença dos animais em contextos cronologicamente amplos, mesmo que pareça ter havido alguma invisibilidade dos animais enquanto objeto de estudo". Esta História tem início na época medieval e vai até 1884, ano em que é inaugurado o Jardim Zoológico de Lisboa. 


sábado, 26 de dezembro de 2015

A Universidade de Coimbra está na moda: número de visitantes duplicou


Neste ano, 355 mil turistas de mais de 60 países diferentes visitaram a Universidade de Coimbra
O número de turistas que visitam a Universidade de Coimbra mais do que duplicou em quatro anos, passando de 160 mil em 2012 para 355 mil em 2015, disse à agência Lusa o vice-reitor Luís Menezes.
Neste ano, 355 mil turistas de mais de 60 países diferentes visitaram a Universidade de Coimbra (valor contabilizado até 21 de dezembro), registando-se um aumento de cerca de 20% face a 2014, em que passaram pela instituição 293 mil visitantes, informou Luís Menezes.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

El Cuaderno de novembro dedicado a Gonçalo M. Tavares


O número 74 de El Cuadernosuplemento mensal de cultura da revista espanhola ASTURIAS 24,dedica várias páginas do seu dossier central à obra do escritor Gonçalo M. Tavares e considera-o “um dos mais importantes escritores da atual narrativa europeia pela sua singularidade luminosa e o seu imprevisível talento”.
Nas muitas páginas desta revista dedicadas a Gonçalo M. Tavares várias personalidades escrevem sobre diferentes aspectos da obra de Gonçalo M. Tavares e assinam os seguintes artigos: Julia Studart (O Poema, Um Corpo que Dança), Francisco González Fernández (O Binomio de Tavares), José Ángel Barrueco (O Romance em Verso de Tavares), Chus Fernández (Os Livros Negros), Fernando Menéndez (Tavares, o Enciclopedista) e Hermes González (O Jogador Número Doze).

Natal madeirense com tradição levada do Minho

A carne de vinha de alhos é uma iguaria simples, tradicional na ilha da Madeira, que não falta nas mesas dos seus habitantes na quadra do Natal.
"A Madeira come carne de vinha de alhos no Natal, porque alguns dos colonos que vieram para cá eram do Minho e trouxeram essa tradição de fazer a carne um pouco parecida com os rojões que eles costumam lá fazer", disse à agência Lusa Teresinha Santos, uma conhecedora das tradições culinárias do arquipélago
Teresinha Santos foi agente de educação familiar rural, e teve a responsabilidade de criar o primeiro centro de extensão desta área na ilha, serviço que também dava aulas de culinária, ainda antes do 25 de abril de 1974, é atualmente presidente da assembleia-geral da Casa do Povo da Ponta do Sol, na zona oeste da ilha.
Em 2007, ano em que a Ponta do Sol foi Município da Cultura na região, elaborou um livro dedicado à culinária tradicional, que inclui receitas típicas do arquipélago, que foram testadas na altura e ficaram assim reunidas.
Teresinha Santos apontou que os madeirenses adaptaram à receita de carne de porco dos colonos "os condimentos e as ervas aromáticas que tinham na Madeira", dando-lhe o toque regional.


Jornal de Notícias.

Nem só de bacalhau se faz a ceia de Natal O bacalhau e o polvo continuam a ser os principais pratos do Natal em Portugal, como confirmaram alguns "chefs", apesar de algumas localidades manterem tradições diferentes, como Freamunde com o capão ou Olhão com o litão.

Virgílio Nogueiro Gomes, investigador em história da Alimentação, considera que, "de um modo geral, têm-se mantido as tradições" gastronómicas no Natal.
"A 'mensagem de Natal' é que tem mudado muito. Por outro lado, tem aumentado o número de refeições de Natal servidas em restaurantes, devido à vida agitada, porque todo o grupo familiar tem atividades profissionais", afirmou, salientando que se está a perder "o próprio conceito de festa de família".
De acordo com o gastrónomo, "a tradição do bacalhau e do polvo vem do tempo, até finais do século XVI, em que a semana que antecedia o dia de Natal era período de abstinência, que proibia o consumo de carne".
A imposição religiosa era a de que se comesse peixe, mas existiam "dificuldades de pesca neste período do ano" e o bacalhau e o polvo poderiam ser secos e chegar mais facilmente ao interior do país.
"Depois da Missa do Galo, iniciava-se a ceia com carne", explicou.
Há terras que mantêm tradições próprias, "muito localizadas", como o capão em Freamunde, o litão (um peixe da família do tubarão) em Olhão, o borrego no ribatejo e as sandes de carne em vinha de alhos na Madeira.

Jornal de Notícias.

Um desejo para todos...


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Brasil: Incêndio no Museu da Língua Portuguesa


Ainda não são conhecidas as causas do incêndio. Por S.R.S. Museu da Língua Portuguesa em São Paulo destruído por incêndio Um incêndio de grandes proporções que deflagrou na tarde desta segunda-feira no Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, já provocou a morte de um bombeiro e fez ruir parte do telhado do edíficio, indicaram fontes policiais. O bombeiro voluntário trabalhava no edifício do museu e tentou intervir logo que foi declarado o fogo, cerca das 16h30 (18h30 em Lisboa) sofrendo queimaduras, tendo acabado por morrer já depois de hospitalizado, indicaram os bombeiros da cidade brasileira. Apesar de chover em São Paulo, as chamas alastraram com rapidez, uma vez que a estrutura do edifício histórico que alberga o museu é parcialmente em madeira, tendo sido ainda registadas três explosões antes de parte do telhado ruir. As dimensões do fogo levaram ao encerramento da vizinha Estação da Luz, obrigando à suspensão da circulação dos comboios entre as estações Brás e Luz.   As causas do incêndio, que começou numa altura em que o museu estava fechado ao público, não são ainda conhecidas.   De acordo com a polícia 37 viaturas e 97 efetivos dos bombeiros estão a combater as chamas, que já ardem nos três andares do edifício. In  Correio da Manhã.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Três portugueses recebem 5,9 milhões de euros europeus para investigação

Da divisão celular até ao impacto dos anos de austeridade na escolha do voto dos eleitores, três cientistas portugueses viram os seus projectos financiados pelo Conselho Europeu de Investigação.

A divisão celular permite a continuidade e a complexidade da vida na Terra. É através dela que os nossos tecidos são continuamente regenerados. Mas quando é mal feita pode originar um cancro. Na divisão, os cromossomas da célula-mãe são distribuídos equitativamente pelas duas células-filha graças a um sistema de controlo. No entanto, há muitos pormenores desconhecidos. Agora, Helder Maiato, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S) da Universidade do Porto, vai poder estudar profundamente estes fenómenos com um projecto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla em inglês) da União Europeia (UE) em 2,3 milhões de euros.


"Amor impossível" fecha estreias de cinema português de 2015


António-Pedro Vasconcelos, 76 anos, estreia a longa-metragem "Amor impossível", com argumento de Tiago R. Santos. Por Lusa "Amor impossível", de António-Pedro Vasconcelos, fecha, na quinta-feira, as estreias de cinema português de 2015, um ano em que "O pátio das cantigas" foi o mais visto e "As mil e uma noites" o mais elogiado internacionalmente. António-Pedro Vasconcelos, 76 anos, estreia a longa-metragem "Amor impossível", com argumento de Tiago R. Santos. Rodado em Viseu, o filme parte do alegado rapto de uma mulher, Cristina, que é investigado por dois agentes da Polícia Judiciária. O elenco conta com Victoria Guerra, Soraia Chaves, José Mata e Ricardo Pereira nos principais papéis. "Amor impossível" fecha um ano no cinema português que registou a estreia comercial de quase trinta longas-metragens e cinco curtas-metragens com produção ou coprodução portuguesa, totalizando mais de 827 mil espectadores, segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual. In
 Correio da Manhã

domingo, 20 de dezembro de 2015

“O Ano da Morte de Ricardo Reis” em edição de bolso na Finlândia

Depois da edição cartonada e em formato electrónico, acaba de dar à estampa a edição de bolso de O Ano da Morte de Ricardo Reis com a chancela da editora finlândesa Tammi.

A tradução esteve a cargo de Sanna Pernu. A capa, um arranjo gráfico de Markko Taina, tem uma imagem de Lisboa e pode reconhecer-se a fachada da Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago.
Sobre o livro: «Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: “Aqui onde o mar se acaba e a terra principia”; o virar ao contrário o verso de Camões: “Onde a terra acaba e o mar começa”. Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998).


sábado, 19 de dezembro de 2015

“Objeto quase” editado na Turquia com a chancela da Kirmizikedi

O livro de contos Objeto quase é novamente editado na Turquia, desta feita com a chancela da Kirmizikedi. Este, que é o 15º título publicado por esta editora turca, tem a tradução de Emrah İmre.


O arranjo gráfico é da autoria de Yeşim Ercan Aydın.

Veja 
aqui sobre Objeto quase.
O ditador caiu duma cadeira, os árabes deixaram de vender petróleo, o morto é o melhor amigo do vivo, as coisas nunca são o que parecem, quando vires um centauro acredita nos teus olhos, se uma rã escarnecer de ti atravessa o rio. Tudo são objectos. Quase.


Leilão da biblioteca do realizador Paulo Rocha rendeu cerca de 25.000 euros

O leilão da biblioteca pessoal do realizador Paulo Rocha, realizado esta semana, no Porto, rendeu cerca de 25 mil euros, disse à agência Lusa fonte da leiloeira.
Por decisão da família, a biblioteca do realizador, falecido em 2012, foi a leilão, apresentando livros sobre História, cinema, literatura e arte, primeiras edições e obras raras, ultrapassando os mil volumes, repartidos por lotes avaliados no total em cerca de 20 mil euros.
De acordo com fonte da leiloeira, alguns dos livros adquiridos ultrapassaram as expectativas de vendas: os quatro volumes de Décadas da Ásia, de João de Barros, com data de edição do século XVII, foram leiloados por 1500 euros, e um livro de Pierre Surirey de Saint-Rémy sobre artilharia, também do século XVII, subiu aos 1.100 euros.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Seis quadros de Vieira da Silva em risco de sair do museu da pintora até final do ano



Obras em risco de saírem do museu ou de serem vendidas se não houver acordo com o Estado. Por Lusa Seis obras da pintora Vieira da Silva, cedidas até final de 2015 pelos herdeiros do colecionador Jorge de Brito, estão em risco de sair do museu da pintora, em Lisboa, e vendidas, se não houver acordo com o Estado. Contactado pela agência Lusa, João de Brito, um dos herdeiros do colecionador, recordou que o acordo de cedência das seis obras à Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva (FASVS), válido por cinco anos, termina no final de dezembro de 2015. O protocolo de cedência foi assinado em 2011, com o direito de compra por parte do Estado "por valores que ficaram definidos na altura", recordou o proprietário, que não precisou valores, mas poderão oscilar entre 400 mil e um milhão de euros, cada uma. In
Correio da Manhã. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Paula Rego já caçou na National Gallery e tinha uma toca na cave

Exposição na Casa das Histórias reúne cem obras feitas durante ou pouco depois de uma residência artística da pintora no museu londrino em 1990. Crivelli, Mantegna e Hogarth andam por lá.
Durante a sua residência de 18 meses na National Gallery de Londres, que começou em 1990, Paula Rego ficou uma ou duas vezes a desenhar até depois do encerramento. Noutros dias deixava o seu estúdio no piso inferior para percorrer as salas apinhadas de visitantes e as reservas desertas. Sempre à caça de imagens entre os pintores antigos: Carlo Crivelli, Antonello de Messina, Andrea Mantegna...
“É extraordinário quando se copia uma pintura, descobre-se o quanto é diferente daquilo que tínhamos pensado que era. E depois, passado algum tempo, volta a ser aquilo que era no início”, diz Paula Rego a propósito do tempo passado a trabalhar a partir da colecção do museu londrino, numa entrevista ao historiador de arte e comissário Marco Livingstone, profundo conhecedor da sua obra.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Crítica à entrevista de António Lobo Antunes

As críticas do autor Esplendor de Portugal a Fernando Pessoa não passaram despercebidas. Aqui um exemplo...


Tudo em defesa de Fernando Pessoa!



  Hoje venho fazer uma crítica e acreditem: isto é novo para mim. O que até parece estranho, tendo em conta que hoje em dia toda a gente que disponha de uma conta no Facebook se torna automaticamente especialista e analista em todo o tipo de situações e se vê, não só no direito, como na obrigação de transmitir a sua opinião acerca de qualquer assunto, mais ou menos polémico. Não sendo este um dos meus hábitos, tenho que admitir que não sei bem por onde começar. Até porque esta não é uma crítica qualquer. É uma crítica a uma crítica.
    Há cerca de duas semanas atrás, o escritor António Lobo Antunes deu uma entrevista ao jornal espanhol El País. Falou sobre a sua carreira, os tempos na guerra em Angola e até mesmo de música. Mas o importante aqui encontra-se logo no início da entrevista, onde o autor critica Fernando Pessoa. Confessa que não é admirador do poeta, mas não se fica por aqui. O livro do Desassossego aborrece-o, (“O livro do não sei o quê aborrece-me até à morte.”), Álvaro de Campos não passa de uma cópia de Walt Whitman e Ricardo Reis, de Virgilio. Pessoa não pode ser mesmo considerado um bom escritor, na medida em que nunca teve relações sexuais (“Pergunto-me se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor“). A tradução do sumo da entrevista é do observador (http://observador.pt/2015/09/25/lobo-antunes-pergunto-me-um-homem-nunca-fodeu-pode-bom-escritor/
) e pelos comentários que abaixo se encontram, acreditem que vale a pena ler.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

António Lobo Antunes: “Fernando Pessoa me aborrece até a morte”


O eterno candidato português ao Nobel publica no Brasil ‘Não É Meia-Noite Quem Quer’

E por que não joga fora algum? “Nunca. A maioria é muito ruim, mas não consigo. Tenho muito respeito pelos livros”. Um dos quartos do apartamento de António Lobo Antunes(Lisboa, 1942) é preenchido apenas com as traduções dos cerca de trinta livros que publicou. No estúdio escreve um professor canadense especializado em sua obra. Na Holanda, seu livroCaminho Como uma Casa em Chamas está na quarta edição, e no Brasil será publicado Não É Meia-Noite Quem Quer (Alfaguara, com previsão de lançamento em 19 de outubro), um retrato da condição humana ambientada na guerra de libertação de Angola. Como em cada uma de suas obras, quando Lobo Antunes escreve, dói; e quando fala, também.
Pergunta. Obrigado por receber-nos em sua casa em Lisboa, a cidade de Pessoa.
Resposta. Não sou um fã de Pessoa.

P. Caramba! O Livro do Desassossego...
R. O livro do não sei o quê me aborrece até a morte. A poesia do heterônimo Álvaro de Campos é uma cópia de Walt Whitman; a de Ricardo Reis, de Virgilio. Eu me pergunto se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor.
P. Também não há nada de novo em Portugal?
R. Não é um problema de Portugal ou da Espanha. O problema é que hoje não há grandes escritores na Europa — na Irlanda, talvez —, mas não na Inglaterra ou na França, que no século passado teve dois gênios, Proust e Céline. No século XIX você tinha 20 ou 30 gênios na Europa.


domingo, 6 de dezembro de 2015

Lobo Antunes: No soy un admirador de Pessoa.

António Lobo Antunes: “Mis libros nacen de la basura”

El eterno candidato portugués al Nobel publica en España 'Comisión de las lágrimas'


Los libros se comen las paredes. "Ya no me caben. Tengo que cambiarme a un piso más grande". ¿Y por qué no tira alguno? "Nunca; la mayor parte son malísimos, pero no puedo. Tengo mucho respeto por los libros". Una habitación de António Lobo Antunes(Lisboa, 1942) se llena solo con traducciones de su treintena de libros. En el estudio escribe un profesor canadiense especializado en su obra. En Holanda, va por la cuarta edición su último libro Camino como una casa en llamas, y ahora en España se edita Comisión de las lágrimas (Random House), un retrato de la condición humana, ambientada en la guerra de liberación de Angola. Como en cada una de sus obras, cuando Lobo Antunes escribe, duele; y cuando habla, también.
Pregunta. Gracias por recibirnos en su casa de Lisboa, la ciudad dePessoa.
Respuesta. No soy un admirador de Pessoa.
P. ¡Hombre! El libro del desasosiego…
R. El libro del no sé qué me aburre de muerte. La poesía del heterónimo Álvaro de Campos es una copia de Walt Whitman; la de Ricardo Reis, de Virgilio. Me pregunto si un hombre que jamás ha follado puede ser buen escritor.



Lobo Antunes, o “enfant terrible” de sempre..

António Lobo Antunes: "Estou na reta final"


António Lobo Antunes não quer dar entrevistas mas o novo romance fê-lo abrir uma exceção. Até porque queria responder a quem "lhe anda a morder as canelas".

'Da Natureza dos Deuses' é o mais recente romance do escritor. Que falou mal de Fernando Pessoa e logo foi "avacalhado" por muita gente. Que gosta de ouvir Putin a falar russo. Que detesta a classe política portuguesa, caracterizada como "medíocre", tal como François Hollande, salvando-se a Senhor Merkel. Que não vê nos novos escritores ninguém que se destaque...

Quanto ao novo livro, diga-se que é uma espécie de "romance policial", daqueles que se lê sempre curioso do que vem no próximo capítulo. Um dos pontos mais altos da sua narrativa.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Portuguesa entre os 20 melhores fotógrafos do Instagram

Micaela Sousa, 36 anos, é cientista de formação mas fez recentemente uma pausa na Ciência para se dedicar à fotografia

Micaela Sousa, 36 anos, é cientista de formação mas fez recentemente uma pausa na Ciência para se dedicar à fotografia
A portuguesa Micaela Sousa está entre os 20 melhores fotógrafos do Instagram na Alemanha e estreia hoje em Berlim uma exposição conjunta com os artistas selecionados pela Post Collective e I Heart Berlin.
"O Instagram e a sua grande comunidade criativa constitui, sem dúvida, um canal para poder explorar novos lugares e conhecer pessoas. É certo que o Instagram serve como uma plataforma de divulgação do que faço mas, para mim, a fotografia vai muito para além desta rede social", disse à Lusa a fotógrafa.
Micaela Sousa, 36 anos, é cientista de formação mas fez recentemente uma pausa na Ciência para se dedicar inteiramente à fotografia, depois de ter sido contactada pelaPost Collective, uma editora que distribui produtos de fotógrafos com grande presença no Instagram.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Documentário de Margarida Leitão premiado em Turim


Gipsofila, filme "familiar" sobre a avó da cineasta estreado em Abril no IndieLisboa, teve o prémio especial do júri do festival italiano.
Margarida Leitão (Lisboa, 1976) trouxe um prémio especial do júri da 33.ª edição do Torino Film Festival: Gipsofila, o filme que fez com a avó, saiu este sábado distinguido da competição internacional de documentário do festival italiano. O júri da secção, constituído pela crítica montenegrina Maja Bogojevic e pelos realizadores Leonardo Di Costanzo e Marie Losier, viu em Gipsofila "um retrato tocante e afectuoso da avó da autora e do seu relacionamento com a neta que ilustra, com um humor soberbamente multifacetado, histórias de contrastes, aventuras, laços e incompreensões entre mulheres de três gerações diversas", e quis elogiar a "cândida sinceridade" da "abordagem documentarística minimalista", filiação "cinéma vérité", da "madura cineasta" portuguesa. O prémio principal da secção, no valor de cinco mil euros, foi para Fi Rassi Rond-Point, do argelino Hassen Ferhani, que filmou um matadouro, "lugar de trabalho duro e de morte" com "delicadeza, ironia e calor humano".

José Luís Peixoto: Escritor de sucesso ou artista pop?


A dúvida não é tal.
José Luís Peixoto é mesmo escritor e dos bons.
Só que a forma como é recebido pelas suas audiências faz-nos pensar irremediavelmente num artista pop. Foi o que se percebeu claramente, por exemplo, na palestra – aquilo até parecia mais uma conversa entre amigos – que proferiu no Espaço A Nau, do Centro Português/Caracas, no acto aniversário do Instituto Português de Cultura.

Chegou. Viu. Conquistou.
Homem simples, ainda que escritor consagrado.
Rico em saber de experiência feito, ainda que jovem.
Uma surpresa absoluta pela positiva.

O Espaço resultou pequeno e houve que buscar cadeiras à última hora.
E depois aquela sessão de autografos que parecia não terminar.
E no final. Fotografias e mais fotografias, que todos os presentes, individualmente ou em grupo, queriam fixar aquele momento único.
Único? Sim. Foi coisa nunca vista antes por estes lados.

Chegou. Viu. Conquistou.

Depois vieram outros encontros, de que dá conta a série de fotografias que acompanham esta nota.

Na Escola de Letras da UCV...
A conversa na aula de leitura da professora Adelaide e os seus alunos à descoberta de um escritor...
O Encontro Cultural Luso-Venezuelano na Librería El Buscan…
E sempre o convívio humano, sempre especialmente cálido, que não se pode esquecer.
Umas jornadas memoráveis!

Obrigado, José Luís Peixoto!



Mesa central. José Luís Peixoto ladeado pelo Presidente do CP e do IPC...




Aspecto parcial da assistencia...



Outro angulo da assistencia...



Entrega do prémio do Concurso JLP em Perguntas & Respostas a um representante do Curso de Leitura da professora Laila...



A tradutora Ana Lucia de Bastos, desde Barcelona, Espanha, no momento do lancamento do livro Orpheu, edicao conjunta de IPC, IC e MNE/SEE...



Momento do baptizado de Orpheu (edicao bi-lingue)...



Andrea Imaginario entrega primeira cópia de CD Andrea em Pessoa (segunda edicao)... edicao conjunta de IPC, IC e MNE/SEE...




JLPeixoto com a direccao do IPC...



Na Escola de Letras da Universidad Central de Venezuela/Caracas...



JLPeixoto preparando-se para a sessao de autógrafos...



Capa de Orpheu. Edicao comemorativa dos 100 anos da revista....


Encontro com intelectuais venezuelanos na...


... Librerìa El Buscón, Caracas.

Ontem: José Luís Peixoto na UCV…


Ontem, pela 15 horas, esteve na Escola de Letras, da Universidade Central de Venezuela (na aula 201), o escritor, poeta e cronista José Luís Peixoto.

O evento foi organizado por Ángel Gustavo Infante e Mario Morenza, professores da UCV, e Sofia Saraiva, leitora do Instituto Camões, e conta com o apoio do Instituto Português de Cultura

José Luís Peixoto (Galveias, 1974) tem  romances publicados em França, Itália Bulgária, Turquia, Finlândia, Holanda, Espanha, República Checa, Roménia, Croácia, Bielorrússia, Polónia, Brasil (onde acaba de estar para o lançamento da sua obra mais recente: Em teu ventre), Grécia, Reino Unido, Estados Unidos, Hungria, Israel, etc. Estando traduzidos num total de 20 idiomas e sendo distribuídos em mais de 60 países. 

O autor está em Caracas, a convite do Instituto Português de Cultura, com motivo dos nossos 30 anos de atividade.

Orpheu, edição do IPC, IC e SEE..

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Orpheu foi uma aventura editorial que empreenderam uns jovens poetas portugueses em 1915,  mas agora, é um documento inestimável que contém algumas das melhores obras de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, entre outros, com toda a energia e criatividade transgresora com que foram escritos. Nas suas páginas, como numa vitrine de jóias, lemos de um jovem Fernando Pessoa, a sua peça teatral O Marinheiro assim como as melhores Odes do seu heterónimo mais ousado, Álvaro de Campos. Também estão presentes alguns dos poemas mais conhecidos de Mário de Sá-Carneiro, e alguns textos iniciais de Almada, acompanhados todos estes por pinturas de Santa-Rita Pintor. No terceiro número, que não foi publicado na época, estão incluídas as pinturas de quem iria representar Portugal no mundo, Amadeo de Souza Cardoso. Orpheu é, pois, uma constelação portuguesa que harmoniosamente se conjugara com as vanguardas europeias - Futurismo, Cubismo, Dadaísmo -  breve e fugaz na sua existencia, perene na história do mundo das artes e das letras.

Texto de Ana Lucia de Bastos, tradutora de Orpheu.
Nota: Este livro foi editado com o apoio da Secretaria de Estado da Emigração e do Instituto Camões.